A Libertação do ego
Vivendo plenamente o
presente, focados no presente
O segredo para não alimentarmos o nosso ego, através da nossa mente e
dos pensamentos obsessivos é vivermos plenamente o presente, focados no
presente.
Para tal necessitamos criar o
hábito de estar cientes de tudo o que fazemos. Quando andamos podemos estar atentos a tudo o que
sentimos, podemos sentir os nossos músculos a
movimentarem-se, as sensações que ocorrem no nosso corpo, o contacto dos nossos
pés com o chão…
Quando observarmos uma árvore
ou uma planta, faça-mo-lo sem preconceitos, sem julgamentos, sem intervenção da
mente e das memórias associadas, como se for a primeira vez que a vemos, limite-mo-nos simplesmente a observá-la e senti-la. Nesta situação
podem ocorrer momentos em que nos sintamos unidos a ela, como se saíssemos da
dimensão espaço/tempo e nos uníssemos à planta; sentiremos a vida na planta, a
sua beleza intrínseca, o que ela é de facto, sem a intervenção do nosso
conhecimento da física e sem nos preocuparmos com o que a nossa mente considera
que ela é.
Estejamos inteiramente presentes em tudo que fazemos. Mesmo quando conversamos, o que torna imperativa
a intervenção da mente, podemos estar sempre plenamente conscientes da
conversa, do que dizemos e do que os nossos parceiros nos dizem. Mas para tal não podemos deixar que a nossa
mente liderada pelo ego nos domine, gerando argumentos por ele
condicionados e medo de que a nossa individualidade seja posta em causa. Estejamos plenamente conscientes,
observando a conversa como se nós formos uma entidade superior e exterior ao
nosso corpo, não sujeita aos condicionantes que o corpo e a sua “partenair”
mente egoica nos impõem e sejamos essa entidade superior, a nossa Alma, que
observa a conversa de forma livre e desprendida. Sendo a nossa Alma, utilizemos
a mente ao seu serviço e não deixemos que ela fique ao serviço da nossa
individualidade material, do nosso ego que gera medo, e nos retira a
possibilidade de estarmos ali em total liberdade. A nossa conversa será
agradável e proveitosa, porque decorre em inteira liberdade, sem os
condicionantes do nosso ego, sem termos necessidade de impor os nossos
argumentos, a nossa “verdade” e sem qualquer tensão porque as emoções negativas
derivadas do medo, não tem aqui lugar. É o caminho da consciência, se
quisermos o caminho da união com o Todo, com Deus.
[1] O termo “negativas” é um termo subjetivo,
como todos os conceitos criados pelo homem. Utilizo-o no sentido de que, se,
como eu entendo, a aspiração do ser humano é ser feliz, estas emoções vão no
sentido contrário desta aspiração, criando a infelicidade nos seres humanos.
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