Monday, 21 April 2014

Libertação do ego vivendo plenamente o presente

A Libertação do ego

Vivendo plenamente o presente, focados no presente


A principal fonte de alimentação do ego, é constituída pelos nossos pensamentos obsessivos, que ininterruptamente geram argumentos para criar a “nossa verdade” e garantir que se sobrepõe à de todos os outros. Estes pensamentos são alimentados pelas nossas memórias do passado, o que faz com que raramente estejamos a viver plenamente o presente. Mas, é difícil não dar importância a estes pensamentos que garantem a “ nossa verdade”, pois é esta que suporta todos os interesses do nosso ego. Desta forma os pensamentos que predominantemente invadem a nossa mente tem origem no passado e são resultantes do medo. Do medo de que não consigamos obter o que pretendamos no futuro, ou que alguém se sobreponha aos nossos interesses ou às “nossas verdades”. Assim, infelizmente grande parte do tempo estamos, de forma inconsciente, focados no passado, a gerar emoções “negativas[1].

Quando não estamos focados no passado, centra-mo-nos no futuro criando cenários, motivados pela incerteza de virmos a dispor de um futuro que satisfaça o nosso ego, gerando medo e ansiedade.

O segredo para não alimentarmos o nosso ego, através da nossa mente e dos pensamentos obsessivos é vivermos plenamente o presente, focados no presente.


 Para tal necessitamos criar o hábito de estar cientes de tudo o que fazemos. Quando andamos podemos estar atentos a tudo o que sentimos, podemos sentir os nossos músculos a movimentarem-se, as sensações que ocorrem no nosso corpo, o contacto dos nossos pés com o chão…

Quando observarmos uma árvore ou uma planta, faça-mo-lo sem preconceitos, sem julgamentos, sem intervenção da mente e das memórias associadas, como se for a primeira vez que a vemos, limite-mo-nos simplesmente a observá-la e senti-la. Nesta situação podem ocorrer momentos em que nos sintamos unidos a ela, como se saíssemos da dimensão espaço/tempo e nos uníssemos à planta; sentiremos a vida na planta, a sua beleza intrínseca, o que ela é de facto, sem a intervenção do nosso conhecimento da física e sem nos preocuparmos com o que a nossa mente considera que ela é.

Estejamos inteiramente presentes em tudo que fazemos. Mesmo quando conversamos, o que torna imperativa a intervenção da mente, podemos estar sempre plenamente conscientes da conversa, do que dizemos e do que os nossos parceiros nos dizem. Mas para tal não podemos deixar que a nossa mente liderada pelo ego nos domine, gerando argumentos por ele condicionados e medo de que a nossa individualidade seja posta em causa. Estejamos plenamente conscientes, observando a conversa como se nós formos uma entidade superior e exterior ao nosso corpo, não sujeita aos condicionantes que o corpo e a sua “partenair” mente egoica nos impõem e sejamos essa entidade superior, a nossa Alma, que observa a conversa de forma livre e desprendida. Sendo a nossa Alma, utilizemos a mente ao seu serviço e não deixemos que ela fique ao serviço da nossa individualidade material, do nosso ego que gera medo, e nos retira a possibilidade de estarmos ali em total liberdade. A nossa conversa será agradável e proveitosa, porque decorre em inteira liberdade, sem os condicionantes do nosso ego, sem termos necessidade de impor os nossos argumentos, a nossa “verdade” e sem qualquer tensão porque as emoções negativas derivadas do medo, não tem aqui lugar. É o caminho da consciência, se quisermos o caminho da união com o Todo, com Deus.






[1] O termo “negativas” é um termo subjetivo, como todos os conceitos criados pelo homem. Utilizo-o no sentido de que, se, como eu entendo, a aspiração do ser humano é ser feliz, estas emoções vão no sentido contrário desta aspiração, criando a infelicidade nos seres humanos.