Wednesday, 12 March 2014

O crescimento do ego humano

O crescimento do ego humano


O ego nasceu inicialmente com a finalidade de preservar, de forma mais eficaz, a nossa individualidade física. Contudo, este foi crescendo de tal forma, que, nos nossos dias, a sua principal tarefa, passou a ser garantir a nossa superioridade em relação a tudo e a todos. Para garantir a nossa superioridade, como já referimos, tem vindo a crescer desmesuradamente.


 Com este fim, o ego passou a integrar nele, as “nossas verdades”, mas também os bens materiais, os animais e plantas, os nossos amigos e até os nossos familiares. Tudo aquilo que pode “acariciar” a nossa individualidade material passou a fazer parte do nosso ego. O que é exterior ao próprio homem - os bens materiais e até outros seres - passaram a integrar cada homem e a fazer parte do seu ego. Para além de nós próprios, do nosso corpo mente e Alma, apegá-mo-nos ao que nos é exterior que passámos a considerar nosso e assim integrámos isso em nós. Consideramos que tudo isso faz parte da nossa identidade.

Passámos a considerar que, somos tanto “mais superiores” aos outros, quanto mais temos. Para garantir esta superioridade baseada no ter, criámos a sociedade de consumo, que alimenta a supremacia do material relativamente ao Ser.

Constatámos, também, que outra forma de implementar o nosso ego é obter poder, pois, considerámos que, com poder, podemos ter domínio sobre os outros, e não só incrementamos directamente a nossa superioridade em relação a eles, como podemos obter mais bens materiais, que na nossa perspectiva também aumentam o nosso ego.

Os nossos amigos e os nossos familiares, também passaram a integrar o nosso ego, pelo menos enquanto servirem para o alimentar. Por exemplo, se tivermos amigos importantes entendemos que a  nossa identidade também será mais importante. Também podem  cumprir a finalidade de alimentar o nosso Ego, enquanto apoiarem as “nossas verdades”, ou nos apoiarem do ponto de vista material. Sabemos que se as “nossas verdades” forem partilhadas por mais pessoas, nem que seja em parte, têm mais força. Contudo, quando “as verdades” deles deixarem de coincidir com as nossas, porque os interesses de uns e de outros mudaram, ou porque os seus interesses materiais chocam com os nossos, ou porque a luta pelo poder chega, podemos descartá-los, retirar os amigos da nossa lista, ou até desprezar ou renegar os membros da nossa família.

Criamos apego àquilo que satisfaz o nosso ego, à “nossa verdade”, que, do nosso ponto de vista, é a única certa, aos nossos bens, ou até às pessoas enquanto satisfazem e acariciam o nosso ego.


Criamos uma sociedade de competição – os nossos apegos contra os apegos dos outros - a nossa verdade contra a dos outros, o nosso estatuto, dado pelos bens ou pelo poder contra o estatuto dos outros, o qual pretendemos seja inferior ao nosso - o nosso grupo contra os outros. Este é o caminho do ego, o caminho da separação dos outros.

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