O MUNDO DA MATERIALIDADE
O mundo da materialidade é o mundo ilusório da
dialéctica dos opostos. É o mundo do yin e do yang que tudo possibilita, em
que a relatividade de tudo em relação a tudo cria a aparente realidade, em toda
a sua diversidade. Não há nada que não seja relativo a algo e a tudo. Para que
algo exista, basta que não haja equilíbrio perfeito estático, tem de haver um
fluxo, isto é um equilíbrio dinâmico em que tudo é yin ou yang entre si e em relação
a tudo, de forma a proporcionar um fluxo. Tudo
é movimento, isto é tudo é energia. Mas o movimento implica espaço e tempo. O
nosso mundo ilusório que existe em função das dimensões espaço e tempo é regido
pela Consciência Suprema de que a nossa consciência é parte. É o mundo da
impermanência em que cada mente humana cria o seu mundo e a Consciência Suprema
cria a aparente realidade. Esta temática é desenvolvida com mais detalhe nos
meus livros.
O homem já aprendeu a criar uma
realidade aparente, a partir das regras básicas da materialidade, da dialéctica
do yin e do Yang. Assim, a partir do bit (que pode apresentar os valores 0 ou
1, ou verdadeiro ou falso, algo e o seu oposto entre os quais possa haver
fluxo) criou o computador e outras tecnologias avançadas, que possibilitam toda
a diversidade de cores, de formas e de movimento, que nós já titulamos como
realidade virtual. Esta,
apesar do aparente realismo, já é
entendida e aceite por nós como ilusória.
A variação entre o Yin e o Yang que é a
essência da matéria, não é mais que um fluxo constante de energia entre tudo,
daí a relatividade de tudo em relação a tudo. Tal
ocorre por exemplo no interior dos objectos, em que existe sempre movimento bem
perceptível em alguns dos seus níveis organizacionais; ou entre o interior e o
exterior, bem visível nos seres vivos. Aliás este último tipo de movimento é
uma das principais características dos seus
vivos, quando acaba a permanente interacção entre o interior e o exterior, o
ser vivo morre. Tudo é um fluxo
energético em sucessivos ciclos, desde a composição mais ínfima da matéria até
à universal. Segundo a visão oriental tudo é constituído por energia. Esta é a característica
básica da materialidade. O equilíbrio estático, corresponderá à falta de
movimento, de energia, à inexistência. Assim, para os Orientais tudo é energia,
seja ela o que denominamos por matéria – que para melhor entendimento poderemos
classificar como energia “condensada” - palpável, detectável pelos nossos
órgãos dos sentidos; seja ela fluída - como a que circula no nosso organismo
mas que não se vê, a que os chineses chamam o Qi. A
própria ciência ocidental já reconhece, nomeadamente através da “teoria das
supercordas” ou da física quântica, a possibilidade da energia ser a base de
tudo.
No mundo da dialéctica dos opostos, nada existe sem o seu
oposto (o Yin e o Yang); o extremo frio e o extremo calor, o infinitamente
pequeno e o infinitamente grande. Não há interior, sem exterior, não há alto
sem baixo, não há pesado sem leve…. Sem a existência de opostos, que só existem em função
um do outro e por isso também são complementares, não há fluxo, logo não pode
haver existência material. Geram-se
fluxos em todas as escalas e níveis organizacionais e com múltiplas graduações e é isso que permite a existência de uma
variabilidade e diversidade infinitas. Dentro
dos limites de capacidade de adaptação do ser humano, podemos ter uma enorme
diversidade de vivências, quer do ponto de vista físico, quer do ponto de vista
psicológico. Elas dependem essencialmente
das nossas opções. Podemos
optar por ser mais gordos ou mais magros, pelo calor ou pelo frio, pelo medo ou
pelo amor … E uma vez que tudo é relativo a tudo, as nossas opções condicionam
a nossa vivência a todos os níveis, mas também a do “mundo” que nos rodeia. O nosso “mundo”, o “mundo” da dimensão
espaço temporal é assim um “mundo” da
imaginação de Deus, nomeadamente através da nossa imaginação, porque todos e
tudo é Um. Ele experiencia-se
através de nós, mas dando-nos a liberdade de tomarmos as nossas decisões. Podemos considerar que estamos na escola da vida a
aprender. Mas, porque ainda não nos conhecemos plenamente nem conhecemos o
mundo da materialidade, a maioria das vezes nem nós entendemos conscientemente
as decisões que tomamos nem como elas influenciam o nosso futuro. Ainda não compreendemos o belo mundo da ilusão onde nos encontramos.
No comments:
Post a Comment