A dicotomia o ego e o
Todo
Por estranho que pareça, nós não nos
poderíamos conhecer como os Seres que realmente Somos, como a nossa Alma, se
não tivéssemos desenvolvido um ego. Neste
mundo da materialidade, nada existe sem o seu oposto. Na verdade, os opostos
são complementares, pois não podem existir um sem o outro. Logo sem termos
desenvolvido um ego, não poderíamos conhecer a sua ausência. Contudo, será na
ausência de ego, o qual é suportado por uma mente que está constantemente a
trabalhar para o alimentar, que nos podemos ligar ao Todo que somos, à nossa
parte imaterial, à nossa Alma, e assim atingirmos o máximo da felicidade.
Assim, tivemos de evoluir até nos
tornarmos Auto Conscientes, até termos a capacidade de nos conhecermos como uma
individualidade material, para criarmos um ego, que, como veremos, é ilusório, para
podermos conhecer a sua ausência, e nos podermos realizar integralmente como
Seres imateriais, no campo da materialidade, na união com o Todo. Então ao
estarmos unidos com o Todo, poderemos dizer que estamos unidos como Deus,
seremos Um com Deus.
O nosso crescimento só pode ocorrer,
nesta dimensão espaço/temporal, conhecendo as regras da dialética dos opostos. Temos
de conhecer sempre o que não somos para podermos conhecer o que Somos, temos de
conhecer o frio para sabermos o que é o calor. Assim, a nossa evolução vai-se
construindo entre o Yin e o Yang. Na dialéctica entre o yin e o yang vamos
conhecendo o Yin e o Yang e podemos balancear-mo-nos mais para um lado ou para o
outro.
Neste caso, poderemos conhecer o ego, o
caminho da individualização, e vir a entender que este nos afasta cada vez mais
dos outros e do meio envolvente, de tal forma que poderemos acabar por criar um
desequilíbrio tal com tudo o que nos rodeia, que venhamos a destruir a nossa
individualidade física, a raça humana e o meio ambiente. Contudo, para ter esta
compreensão, temos previamente de ser capazes de abandonar o ego, de perceber
que é no Todo que nos podemos realizar integralmente. Assim, após conhecermos o
caminho do ego e o abandonarmos, podemos decidir conhecer e seguir o caminho da
sua ausência, da ligação ao Todo, da Unidade. O difícil é aprender a seguir
este caminho. Tal deve-se a que a nossa materialidade, o nosso instinto de
preservação como seres materiais foi ajudando a que criássemos uma mente egoica
e a que extremássemos a individualização. Daqui resultou, à semelhança do que
acontece com as doenças auto-imunes, que começássemos a destruir-mo-nos a nós
próprios. A mente egoica que foi criada para nos ajudar a crescer como
entidades materiais, passou a dominar-nos, e, ao extremar a necessidade de auto
preservação, torná-mo-nos “irracionais”, incapazes de compreender o caminho que
estamos a seguir.
Mas, é assim
que funcionamos neste mundo da materialidade, neste mundo da dialéctica
de opostos - nele, só depois de nos conhecermos como
individualidade material e de gerarmos um ego, teremos capacidade para o
abandonar e poderemos entender os problemas que o ego gerou ao crescer. Portanto
entendamos esta forma de funcionarmos, aceitemo-la e apreciemo-la, pois é para
nos experienciarmos neste domínio que decidimos encarnar.
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