Tuesday, 18 February 2014

A dicotomia o ego e o Todo

A dicotomia o ego e o Todo


Por estranho que pareça, nós não nos poderíamos conhecer como os Seres que realmente Somos, como a nossa Alma, se não tivéssemos desenvolvido um ego. Neste mundo da materialidade, nada existe sem o seu oposto. Na verdade, os opostos são complementares, pois não podem existir um sem o outro. Logo sem termos desenvolvido um ego, não poderíamos conhecer a sua ausência. Contudo, será na ausência de ego, o qual é suportado por uma mente que está constantemente a trabalhar para o alimentar, que nos podemos ligar ao Todo que somos, à nossa parte imaterial, à nossa Alma, e assim atingirmos o máximo da felicidade. Assim, tivemos de evoluir até nos tornarmos Auto Conscientes, até termos a capacidade de nos conhecermos como uma individualidade material, para criarmos um ego, que, como veremos, é ilusório, para podermos conhecer a sua ausência, e nos podermos realizar integralmente como Seres imateriais, no campo da materialidade, na união com o Todo. Então ao estarmos unidos com o Todo, poderemos dizer que estamos unidos como Deus, seremos Um com Deus.

                                                                                 
O nosso crescimento só pode ocorrer, nesta dimensão espaço/temporal, conhecendo as regras da dialética dos opostos. Temos de conhecer sempre o que não somos para podermos conhecer o que Somos, temos de conhecer o frio para sabermos o que é o calor. Assim, a nossa evolução vai-se construindo entre o Yin e o Yang. Na dialéctica entre o yin e o yang vamos conhecendo o Yin e o Yang e podemos balancear-mo-nos mais para um lado ou para o outro.

Neste caso, poderemos conhecer o ego, o caminho da individualização, e vir a entender que este nos afasta cada vez mais dos outros e do meio envolvente, de tal forma que poderemos acabar por criar um desequilíbrio tal com tudo o que nos rodeia, que venhamos a destruir a nossa individualidade física, a raça humana e o meio ambiente. Contudo, para ter esta compreensão, temos previamente de ser capazes de abandonar o ego, de perceber que é no Todo que nos podemos realizar integralmente. Assim, após conhecermos o caminho do ego e o abandonarmos, podemos decidir conhecer e seguir o caminho da sua ausência, da ligação ao Todo, da Unidade. O difícil é aprender a seguir este caminho. Tal deve-se a que a nossa materialidade, o nosso instinto de preservação como seres materiais foi ajudando a que criássemos uma mente egoica e a que extremássemos a individualização. Daqui resultou, à semelhança do que acontece com as doenças auto-imunes, que começássemos a destruir-mo-nos a nós próprios. A mente egoica que foi criada para nos ajudar a crescer como entidades materiais, passou a dominar-nos, e, ao extremar a necessidade de auto preservação, torná-mo-nos “irracionais”, incapazes de compreender o caminho que estamos a seguir.

Mas, é assim que funcionamos neste mundo da materialidade, neste mundo da dialéctica de opostos - nele, só depois de nos conhecermos como individualidade material e de gerarmos um ego, teremos capacidade para o abandonar e poderemos entender os problemas que o ego gerou ao crescer. Portanto entendamos esta forma de funcionarmos, aceitemo-la e apreciemo-la, pois é para nos experienciarmos neste domínio que decidimos encarnar.


No comments:

Post a Comment