Friday, 14 February 2014

A mente Humana e a Alma

A mente Humana e a Alma



Cada ser humano quando nasce transporta em si determinadas potencialidades herdadas dos seus pais, que lhe poderão permitir determinadas possibilidades de desenvolvimento, quer físico, quer mental. Estas potencialidades, resultantes da evolução da raça humana, foram sendo transmitidas geneticamente de pais para filhos à medida que a evolução foi ocorrendo. 

A Alma quando reencarna, entra num corpo que transporta em si essas potencialidades, mas a respectiva mente encontra-se vazia, como se fosse um disco rígido que acabou de ser formatado, e irá começar a ser preenchido e a desenvolver-se a partir do momento em que tenha algum contacto com o meio exterior. Assim, a mente nasce em cada reencarnação com o nascimento do corpo físico, e dá por finda a sua aprendizagem quando o corpo físico morre.

Contudo esta aprendizagem não desaparece, irá servir para que o que nós Somos verdadeiramente, O que habita o nosso corpo, a nossa Alma, vá aumentando o seu conhecimento no domínio da materialidade até que se conheça integralmente neste domínio, como o Todo de que tudo faz parte.

Mas, o conhecimento no domínio da materialidade, nesta dimensão espaço/temporal, é extremamente complexo para os actuais seres humanos; por um lado porque estes se encontram limitados em cada reencarnação pelo escasso período temporal de cada vida humana e pela sua limitada capacidade física e mental; e, por outro, pelo nível de conhecimento da sociedade na época em que a encarnação tem lugar, o qual tem uma intervenção primordial na formação do respectivo ego e na criação dos seus processos mentais. Assim, em face destes condicionantes nós precisamos de muitas reencarnações para nos conhecermos integralmente em todos os aspectos deste domínio material, até aprendermos a ser plenamente felizes.



Nós, como organismos animais que somos temos tendência a ser regidos pelo impulso animal que pugna para que a nossa individualidade material sobreviva. Assim, temos tendência a reagir por impulso a tudo o que ponha em causa a nossa individualidade. O incremento do nosso ego, suportado por uma mente cada vez mais sofisticada, só fez com que tivéssemos mais eficácia nas nossas reacções. Mesmo as acções pensadas, não deixam geralmente de ser reacções de defesa motivadas pelo nosso instinto animal, agora planeadas e talvez mais agressivas ou mais constantes, porque têm um ego a suportá-las. Como sabemos, no mundo animal cada reacção provoca sempre, uma outra reacção do mesmo tipo, por parte do oponente.

Assim, à medida que nos fomos desenvolvendo como entidades físicas em cada vida material, fomos criando mecanismos de protecção, que ao provocar reacções da nossa parte, isolam-nos cada vez mais dos outros seres que nos rodeiam. Vamos desenvolvendo uma mente que analisa tudo em função da individualidade material de cada um, descontextualizada do meio em que vivemos. Assim, criamos vícios de análise e de raciocínio, aos quais nos apegamos de tal forma que a nossa evolução como seres vivos, logo, integrados num Todo, se torna tremendamente condicionada. Este é o caminho da individualização que nos impede de nos conhecermos como seres integrados num Todo. 


Esta forma de desenvolvimento dos seres humanos tem vindo a perpetuar-se ao longo das gerações e perpetua-se em cada uma das nossas vidas, enquanto não acordarmos. Enquanto não tomarmos consciência de quem Somos. Enquanto não percebermos que somos a nossa essência, a nossa Alma. Enquanto não percebermos que o apego à materialidade, e ao passado que suporta este apego e o respectivo ego, só geram reacções que nos afastam dos outros e nos tornam infelizes.

Contudo, por vivermos no domínio da materialidade, torna-se difícil, como referimos, acordarmos e percebermos quem Somos e passarmos a agir como o que Somos. 

Desta forma, para que nos possamos conhecer em todos os aspectos da materialidade, libertos dos condicionamentos que vamos adquirindo ao longo de cada vida terrena, quando nascemos trazemos a mente vazia, o que nos propicia novas oportunidades para que no decurso de uma vida terrena possamos acordar.

No decurso de uma vida terrena poderemos enveredar pelo auto-conhecimento, pode-mo-nos libertar dos condicionantes que a sociedade e o nosso impulso animal nos impõem, e, perceberemos então, que o caminho que temos seguido até ao momento só nos torna infelizes, pelo que temos de encontrar outro caminho.  Perceberemos que a mente dominada pelo ego gera um raciocínio obsessivo e viciado que nos impede de nos conhecermos verdadeiramente e de sermos felizes. Talvez esta situação possa ocorrer devida à Alma estar em condições de ser mais interventiva no domínio da materialidade, em face do seu maior desenvolvimento neste domínio.

Poderemos então entender que esse outro caminho não pode ser trilhado pela nossa actual mente dominada pelo Ego. A mente dominada pelo ego é incapaz de entender que cada um de nós só conseguirá ser feliz quando viver completamente integrado no Todo de que todos fazemos parte. Só quando vivermos em equilíbrio, em harmonia, em perfeita ligação entre todos, conseguiremos ser felizes e a humanidade pode passar para um nível de consciência mais elevado. Quando a humanidade elevar o seu nível de consciência, tornar-se-á mais fácil cada ser humano crescer como ser feliz, pelas razões que atrás expressei.

Mas para isso temos de parar o ritmo incessante da mente, de forma a que ela não nos domine. Só então, estaremos aptos a descobrir outras vias que nos permitam conhecer-mo-nos como a totalidade do que Somos. A nossa Alma terá então condições de aflorar e intervir mais na nossa vida.

A nossa Alma é parte do Todo, e sabe que o é, sabe que só no Todo se pode realizar. Então poderemos conhecer-mo-nos no campo da materialidade como o Todo que Somos, como o Absoluto, que é composto pelo Yin e pelo Yang, pelo mais e pelo menos…, porque eles são partes opostas e complementares, e sem ambos a materialidade não existe, logo sem eles nós não poderíamos existir como seres materiais. Só então ao viver e sentir a perfeição da materialidade nos podemos tornar Seres iluminados e viver felizes, quaisquer que sejas as circunstâncias exteriores a nós.  


Contudo, se o apego ao ego for muito grande, a transformação pode tornar-se quase impossível, e só com novos renascimentos, com novas reencarnações em que consigamos recomeçar, libertando-nos dos apegos, podemos vir a conseguir transformar-mo-nos em seres que se conhecem integralmente como o Todo que Somos e assim, uni-mo-nos a Ele e sermos Felizes.



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